Velhice não é doença

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Para você o que é envelhecer? Para a Jequitibá envelhecer é um privilégio. Um processo natural em nossas vidas. Quem vê a velhice como uma doença carrega uma visão estereotipada e que precisa ser revista e combatida. Apesar de trazer mudanças fisiológicas e biológicas, tornar-se velho não é sinônimo de ser doente e a doença não é o único destino das nossas velhices.

No final de 2021, a velhice esteve a um passo de ser classificada como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O assunto gerou muitas críticas e foi alvo de várias manifestações contrárias realizadas por organizações civis em todo o Brasil.

Dessa forma, a OMS decidiu retirar a nomenclatura velhice da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). Uma vitória do movimento “Velhice não é doença”.

Se tivesse entrado em vigor, ao procurar um médico, uma pessoa com 60 anos poderia ser considerada doente pelo simples fato de ter 60 anos, já que em países em desenvolvimento a velhice começa nessa idade. Com essa mudança o ageismo ou idadismo, que é o preconceito contra o idoso, se fortaleceria e causaria profundas rupturas em nossa sociedade.

Em um mundo onde o envelhecimento populacional se acentua a cada ano, a alteração na classificação seria uma contradição. Atualmente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 29 milhões de brasileiros têm 60 anos ou mais.

A própria OMS estabeleceu os anos de 2021-2030 como a Década do Envelhecimento Saudável, com o objetivo de estimular a melhora da qualidade de vida da população, que tem vivido mais, e tentar acabar com preconceitos e com a discriminação contra os idosos.

Sobre o envelhecimento

O envelhecimento foi definido pela Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos como um “processo gradual que se desenvolve durante o curso de vida e que implica alterações biológicas, fisiológicas, psicossociais e funcionais de várias consequências, as quais se associam com interações dinâmicas e permanentes entre o sujeito e seu meio”. Mas isso não é significado de doença.

Acreditamos que é necessário e essencial o estímulo de cuidados e hábitos que contribuam com a qualidade de vida na velhice, por meio da promoção da autonomia e do estímulo à independência do idoso.

Assim como o artigo 8 do Estatuto do Idoso diz “o envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social”, defendemos que envelhecer não é uma doença, mas um direito e uma conquista. Envelhecer é um privilégio e, o envelhecimento ativo, “um estilo de vida”. Mas, falemos mais sobre isso em um outro momento!

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