O envelhecimento da população e a pessoa idosa no mercado de trabalho

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A afirmação de que a população está envelhecendo não deve mais surpreender ninguém. Afinal, nos últimos dez anos, enquanto o número geral de brasileiros registrou um aumento de 7,7%, o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu 41,6%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Todavia, o que ainda não é discutido amplamente é o seu efeito no mercado de trabalho: há cada vez mais pessoas idosas empregadas e buscando novas oportunidades. Claro que isso também pode ser explicado através de outros motivos (reforma da previdência e maior expectativa de renda, por exemplo), mas não muda o fato em si.

O Brasil tem cerca de sete milhões de trabalhadores nessa faixa etária e a tendência é de crescimento (uma projeção da Fundação Getúlio Vargas mostra que, em 2040, 57% dos trabalhadores terão mais de 45 anos). Ainda assim, infelizmente, o adulto idoso enfrenta estigmas que prejudicam seu ingresso e permanência no trabalho.

O preconceito contra alguém em razão da sua idade é conhecido como etarismo e, apesar de também afetar pessoas mais jovens, costuma ser direcionado aos mais velhos. Para se ter uma ideia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), por volta de 17% dos brasileiros com mais de 50 anos já se sentiram vítima de algum tipo de discriminação ligada à idade.

Na prática, o que acontece em diversos casos é a exclusão dessas pessoas de cargos com salários mais altos ou, simplesmente, elas são deixadas à margem do mercado de trabalho. Da mesma forma, o etarismo faz com que a opinião das pessoas mais velhas seja invalidada no ambiente de trabalho.

São inúmeras as qualidades do profissional dessa idade, como comprometimento, maturidade emocional, conhecimento e experiência. Atributos que contribuem para o crescimento e prosperidade de qualquer empresa ou negócio.

Logo, é necessária a implantação de políticas públicas que reforcem os direitos e condições de trabalho apropriadas para o adulto idoso e que incorporem efetivamente esse trabalhador no processo produtivo. Além de que, como sociedade, somos responsáveis por nos livrar desse preconceito e valorizar as qualidades dos mais experientes.

 

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