Etarismo: é preciso combater o preconceito contra a pessoa idosa

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Você já ouviu falar em etarismo? A palavra, que tem como sinônimos ageísmo e idadismo, é definida pelo preconceito, intolerância e discriminação contra pessoas idosas por estereótipos que relacionam a idade avançada à incapacidade, à improdutividade e à dependência. Os comportamentos discriminatórios causam sofrimento e isolamento, afetando a saúde física e emocional desse grupo social.

Os números do envelhecimento no Brasil mostram que medidas para o fim do etarismo são urgentes. Atualmente, 14,7% da população brasileira tem mais de 60 anos. Em números absolutos, são 31,23 milhões de pessoas. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

A partir de 2031 teremos no país mais idosos do que crianças e adolescentes. E não para por aí: em 2042 a população idosa chegará a 57 milhões de brasileiros. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Temos no Estatuto do Idoso, pela Lei Federal, nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, diversas normas com vistas à proteção e defesa dos direitos da pessoa idosa. Infelizmente, na prática, a realidade é diferente e as pessoas com mais de 60 passam por situações que mostram o quanto a sociedade não está preparada para o envelhecimento da população.

E não somente quem passou dos 60 sofre preconceito. Até mesmo quem nem chegou a essa faixa etária já sente os efeitos do etarismo. De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), 16,8% dos brasileiros com mais de 50 anos já se sentiram vítima de algum tipo de discriminação ligado à idade.

Preconceito naturalizado

A propagação do etarismo ocorre de forma naturalizada e até mesmo institucional na sociedade. Muitas vezes temos atitudes estaristas e nem sequer nos damos conta. Quantas das frases abaixo você já ouviu ou falou?

-Você não tem mais idade para isso.
-Você é muito animado(a), tem alma de jovem.
-Vai começar a estudar nessa idade?
-Qual é o segredo para estar tão conservado(a)?
-Você parece mais jovem.
-É um(a) coroa enxuto(a) para a idade dele(a).
-Que bonita(o), não entrega a idade.
-Que ideia de velho!
-Isso é coisa de gente velha.
-Você está ótima, nem aparenta a idade que tem.
-Se separar nessa idade? Você não vai encontrar mais ninguém.
-Pessoas mais velhas são todas iguais, possuem saúde debilitada.

Todas elas estão carregadas de preconceito e discriminação com a pessoa idosa.

Como combater o etarismo?

O etarismo está presente em nossa sociedade, muitas vezes de forma silenciosa, e precisa ser combatido. Mas como? Uma das formas mais adequadas de combater o preconceito com a pessoa idosa é por meio da divulgação de informações sobre o tema para que a população tenha conhecimento sobre a velhice e entenda que devem prevalecer o respeito e a dignidade.

É papel do Estado combater o etarismo por meio de políticas públicas e programas que reforcem o cumprimento dos direitos das pessoas idosas. E nós, enquanto sociedade, também somos responsáveis por essa mudança de comportamento, nos livrando dos preconceitos e passando a olhar a velhice de forma positiva.

Negar o envelhecimento de outras pessoas, discriminando-as por isso, é um comportamento que precisa ser revisto o quanto antes. Afinal, todos vamos envelhecer e isso é um privilégio!

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