Demência em idosos: entenda a doença

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A demência é um termo usado para caracterizar várias doenças neurodegenerativas que afetam, principalmente, pessoas idosas. A síndrome provoca o declínio persistente e progressivo da capacidade cognitiva do indivíduo. Entre as consequências estão alterações de memória, raciocínio e linguagem, o que interfere nos relacionamentos e atividades sociais e profissionais.

As demências podem ser classificadas como reversíveis e irreversíveis. As consideradas reversíveis têm como possíveis causas depressão, quadros endócrinos (hipotireoidismo ou hipertireoidismo), má nutrição, deficiências vitamínicas (B12, ácido fólico, tiamina), anemia, desidratação, uso indevido de medicações, hidrocefalia normotensiva, infecções e tumores cerebrais. Nesses casos, ao se tratar a questão originária, os sintomas demenciais geralmente desaparecem.

Já as demências irreversíveis são caracterizadas por processos degenerativos do cérebro, que incluem as doenças de Alzheimer, vascular, Creutzfeldt-Jakob, Huntington, Pick, Parkinson, e as demências associadas à AIDS e ao traumatismo craniano. Para esse grupo não existe cura, mas se o tratamento for iniciado precocemente é possível retardar sua evolução e garantir mais qualidade de vida ao idoso.

Principais sintomas

Existem diferentes sintomas associados à demência. Eles dependem da causa e podem demorar anos para se manifestar.

Entre os mais comuns estão:

– Perda da memória, confusão e desorientação.
– Dificuldade em compreender comunicação escrita ou verbal.
– Dificuldade em tomar decisões.
– Dificuldade em reconhecer familiares e amigos.
– Esquecimento de fatos comuns, como por exemplo, o mês ou dia da semana.
– Alteração da personalidade e do senso crítico.
– Agitação e caminhadas durante a noite.
– Falta de apetite, perda de peso, incontinência urinária e fecal.
– Perda da orientação em ambientes conhecidos.
– Movimentos e falas repetitivos.
– Dificuldade para dirigir, fazer compras, cozinhar e realizar os cuidados pessoais.

Diagnóstico e Tratamento

Quando diagnosticada em sua fase inicial é possível retardar a evolução da demência. Para isso, a família e as pessoas de convivência do idoso devem estar sempre atentas e procurar ajuda médica caso identifiquem qualquer sintoma suspeito.

As demências irreversíveis não tem cura e as medicações são usadas para melhorar o comportamento do paciente. Além dos medicamentos, existem outras formas de controlar os efeitos da doença, como a prática de atividades físicas e cognitivas, a alimentação saudável, não fumar e não consumir bebidas alcoólicas.

Papel da família

Os familiares tem papel fundamental no tratamento da demência, principalmente por meio de medidas comportamentais que incluem a manutenção da rotina diária do idoso. Modificar o ambiente em que a pessoa vive pode ser prejudicial. Além disso, devem ser evitados a luminosidade e o barulho à noite.

“Vale lembrar que muitos quadros demenciais não têm cura, mas têm tratamento. E o tratamento inclui um conjunto de atividades que podem sim fazer com que o processo do adoecimento seja aplacado, ou seja, que progrida de forma mais lenta e proporcione, assim, mais qualidade de vida para a pessoa idosa”, explica Gustavo Souza, psicólogo da Jequitibá.

É indicado que o paciente se exponha à luz solar no período da manhã por pelo menos 60 minutos. Além disso, é importante incentivar a prática de caminhadas e atividades físicas, a realização de estímulo cognitivo e emocional com linguagem verbal e não verbal e a participação em grupos de apoio, como terapia do toque ou musicoterapia.

Quanto mais paciência e participação a família tiver, menos doloroso será o processo, para todos.

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